sábado, 26 de dezembro de 2009

Paulo Coelho e Nati Cortez

O escritor Paulo Coelho,

Natal e os discos voadores


 

Luiz Gonzaga Cortez*


 


 


 

O colunista Paulo Coelho, da agência Globo e autor de vários livros considerados místicos

e esotéricos, quase todos recordistas de vendas no Brasil, apesar da qualidade literária ser questionada pelos intelectuais puristas e conservadores de vários matizes, tem alguma ligação com Natal, "cidade espacial"? Mesmo sem possuir nenhuma base espacial no seu território – Barreira do Inferno fica no vizinho município de Parnamirim - , Natal já teve diversos grupos de estudos sobre objetos voadores não identificados, OVNI. Eu mesmo conheci um grupo que se reunia na rua Felipe Camarão, Centro, com dezenas de componentes de ambos os sexos. Um daqueles estudiosos é autor de livros considerados esotéricos, também com altos índices de vendas, e se identifica com um pseudônimo ( parece que é Jean Van Ellan ou coisa parecida). Na década de oitenta, o grupo foi presidido por minha mãe, Maria Natividade Cortez Gomes, que adotava o "nome artístico" de Nati Cortez. Ela e dezenas de jovens acreditavam em discos voadores. Eu sempre fui cético sobre a existência de extra-terrestres e outras coisas.

Nos anos setenta e oitenta, Paulo Coelho Netto, ainda não tinha fama e, provavelmente, ele não pensava em escrever O Alquimista, mas já era conhecido nos meios esotéricos brasileiros como escritor. Paulo Coelho também acreditava em discos-voadores. Será que ainda acredita? Naquela época, ele disse: "Os discos voadores não visitam o globo terrestre apenas como recreação turística; essa ronda constante e enigmática, parece obedecer a um plano geral e metódico de pesquisas de nossos recursos naturais, indústrias básicas, reservatórios de água, centrais elétricas, usinas atômicas, centros de lançamentos de foguetes, bases aéreas e navais, quartéis e arsenais. ... Eles devem ser originários de verdadeiras civilizações, que estão a dezenas de milhares ou, mesmo de milhões de anos a nossa frente, na ciência e na tecnologia. Nada têm a aprender conosco e não seriam tão bobos que nos procurassem para nos ensinar os seus segredos que mais tarde, poderiam ser usados contra eles". Dona Nati citou essa declaração de Paulo Coelho durante o lançamento do seu livro "O mistérios dos discos voadores, na tarde de 3 de julho de 1976, na livraria de propriedade de Dilma, a Potiguar, onde a professora Auta Vieira fez a saudação na solendiade que contou com a presença de escritores convidados.

Através do João Evangelista Ferraz, que era "lugar tenente do Grão Priorado Nacional', de uma Ordem Soberana e militar dos Cavaleiros do Templo de Jerusalém, que funcionava na velha Guanabara, Nati Cortez obteve o endereço de Paulo Coelho e chegou a se corresponder com ele. Ela mandava os seus livros (peças de teatro infantil que Jesiel Figueiredo se recusou a montar) e Paulo Coelho mandava suas simpáticas opiniões. No meio de uma vasta correspondência, encontrei uma cartinha de Paulo Coelho, com o seguinte teor: "Ilustre escritora Nati Cortez. Gostei muito do recente livro da consagrada escritora – "O Mistério dos Discos Voadores". Leitura amena, instrutiva, de quem já domina o assunto com os conhecimentos e a clareza que prendem a atenção do leitor. Do ano passado até hoje saíram, em português, traduzidos ou de autores nacionais, oito livros sobre os discos voadores. Isso é uma prova incontestável do interesse, sempre crescente, do público que acompanha o trabalho dos estudiosos. Com os meus parabéns, envio também atenciosos cumprimentos. Paulo Coelho Netto. Rio, 31-7-1976". Naquele ano, o escritor Paulo Coelho morava na rua Coelho Netto, 47, Laranjeiras, Rio de Janeiro.


 


 

*Luiz Gonzaga Cortez é jornalista e

o 14'filho de Nati Cortez.

Um comentário:

Unknown disse...

Que Surpresa! Sei que Dona Nati mantinha vasta correspondência, inclusive com Erich von Däniken, autor de "Eram os Deuses Astronautas!". Certa vez ele respondeu da prisão e minha mãe sentiu muito pesar pelo fato e rezou muito por ele. Quanto ao Antoine, nunca tive dúvidas da sua ida à Natal. Pois ele ensinou o vocabulário Francês relativo à utensílios do restaurante da dos nossos bisavós. Antoine estimulou a minha mãe a escrever, relatar e fazer poesias. ABÇ.